SINDECTEB cobra que ECT regularize pagamento de horas extras aos trabalhadores
Publicada dia 24/09/2021 19:48
Na maior cara de pau, a ECT convoca os trabalhadores para a realização de horas extras e trabalho aos finais de semana, mas não pagam corretamente e ainda querem propor um perigoso banco de horas em negociação no TST, que pode deixar a categoria refém das chefias
Sindicato notificou empresa através de ofício, exigindo o pagamento correto dos valores aos trabalhadores
A luta dos trabalhadores pelo direito a uma jornada de trabalho não é de hoje e foi uma das mais difíceis e prolongadas em todo o mundo. Horas a mais trabalhadas por todo e qualquer empregado devem ser computadas e revertidas no salário.
O SINDECTEB também acompanhou estudos médicos conduzidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) com dados colhidos em cerca de 190 países que apontam que a existência de horas extras pode aumentar em 19% a chance dos trabalhadores sofrerem de doenças cardíacas e de 42% de sofrerem um acidente vascular cerebral (AVC).
A hora extraordinária é uma situação excepcional e não algo recorrente como ocorre nos Correios. Os trabalhadores conquistaram o direito ao descanso e necessitam dele, para o convívio familiar, para estudarem ou utilizarem seu tempo como desejarem.
O banco de horas é perigoso, pois a empresa não vem pagando as horas extras corretamente aos trabalhadores da base de Bauru e região quanto mais respeitar o banco de horas diante de um quadro de funcionários deficitários como o atual.
Sem contar que através deste mecanismo, o trabalhador perde o direito de receber as horas extraordinárias, ficando refém da gestão que não se importa com a saúde nem tão pouco com a redução de efetivo, querendo esfolar ainda mais a categoria com jornadas excessivas e desgastantes.
Portanto, o SINDECTEB alerta que o Banco de Horas é péssimo para os trabalhadores porque não garante a manutenção dos empregos, e mais, retira direitos como o acréscimo de horas extras, décimo terceiro salário, férias, FGTS e até aposentadoria, já que as horas não contam para nenhum desses direitos.
Além disso, amplia o poder de manipulação das chefias que podem escolher quando exigirá mais trabalho e quando concederá a compensação, com isso retira direitos, fragiliza a saúde dos trabalhadores e principalmente, dificulta a organização dos trabalhadores.
A direção bolsonarista dos Correios tenta seduzir os trabalhadores apresentando a figura do Banco de Horas apenas como um mecanismo que lhe permitirá flexibilidade, folgas e emendas em feriados, escondendo os prejuízos salariais e os riscos à saúde da categoria que vem sendo fragilizada nessa pandemia.
O Sindicato está atento nas negociações do ACT e notificou a ECT para o pagamento de hora extra aos trabalhadores que estão periodicamente sendo convocados a comparecer mais cedo em sua unidade, para, com o veículo da empresa, prestar serviço em outra unidade, também cobra que a ECT pague hora extra para os empregados que, no final do seu turno, estão recebendo ordens para levar um veículo de uma unidade a outra.
Enquanto as tratativas extrajudiciais são tratadas, orientamos inicialmente para que os trabalhadores não realizem qualquer tipo de atividade laboral (conduzir veículos inclusive) após dar a saída no cartão de ponto. Existem vários riscos e reflexos negativos para isto.
Na dúvida, entre em contato com o Diretor Sindical da sua região para maiores esclarecimentos.
Oficio Nº SGD 335-2021 – OF – Locomoção e pagamento de hora extra