Privatização do lixo em Bauru gera preocupação e levanta debate sobre impactos sociais e trabalhistas
Publicada dia 13/11/2025 13:20
Projeto que prevê concessão de 30 anos e criação da “tarifa do lixo” preocupa entidades e trabalhadores. Diretores do SINDECTEB cobram transparência e diálogo com a população.

A proposta de privatização da coleta de lixo e da limpeza urbana em Bauru tem causado grande preocupação entre sindicatos, trabalhadores e entidades da sociedade civil. O Projeto de Lei nº 95/2025, em tramitação na Câmara Municipal, prevê a concessão desses serviços à iniciativa privada por 30 anos, com um contrato estimado em R$ 4,8 bilhões.
O texto também prevê a criação da “tarifa do lixo”, que será cobrada junto à conta de água dos moradores a partir de 2026, com aumento previsto após o primeiro ano de cobrança. O tema foi amplamente discutido durante uma sessão da Câmara e uma audiência pública realizadas nos dias 10 e 11, que contaram com a presença de diversas entidades e lideranças locais.
Os diretores do SINDECTEB, Akira e Diomédio, participaram dos debates representando os trabalhadores e acompanhando de perto as discussões. Entre as entidades presentes estavam o Sindicato dos Servidores Municipais (Sinserm), a Associação de Catadores de Materiais Recicláveis (Ascam), o Conselho Municipal do Meio Ambiente (Comdema) e a Associação dos Transportadores de Entulhos (Asten).
O Sinserm manifestou preocupação com a situação dos coletores municipais, que teriam apenas 12 meses de estabilidade após a privatização. A entidade destacou que, em outras cidades, medidas semelhantes resultaram em demissões, perda de direitos e aumento de tarifas.
O diretor Akira destacou a importância de um debate profundo antes de qualquer decisão.
“Privatizações como essa são apresentadas como solução, mas na prática trazem aumento de custos e prejuízos à população. O serviço público precisa ser valorizado, não entregue à lógica do lucro”, afirmou.
O diretor Diomédio reforçou a necessidade de transparência e participação popular.
“Um contrato bilionário como esse, que vai impactar a cidade por décadas, precisa ser discutido abertamente. A população tem o direito de saber o que está sendo decidido e quais serão as consequências”, disse.
O SINDECTEB acompanha atentamente a tramitação do projeto e reafirma seu compromisso com a defesa do serviço público, dos empregos e dos direitos dos trabalhadores. O sindicato seguirá presente nos debates e mobilizações que envolvem o futuro dos serviços públicos em Bauru e região.


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