SINDECTEB REFORÇA A IMPORTÂNCIA DA LUTA CONTRA A VIOLÊNCIA À MULHER, QUE TEM O DIA 10 DE OUTUBRO COMO REFERÊNCIA
Publicada dia 10/10/2017 17:53
A FORMA COMO A SOCIEDADE ENXERGA E REAGE A HOMENS E MULHERES SEMPRE FOI DIFERENTE. PORÉM, DIFERENTE DO QUE MUITOS PENSAM, ESSA NÃO É UMA DIFERENÇA “NATURAL”: ELA É, E SEMPRE FOI, CONSTRUÍDA DE ACORDO COM EXPECTATIVAS SOCIAIS IMPOSTAS.
Desde sempre acredita-se que a mulher e tudo relacionado a ela pertence ao homem e à sociedade (e não à ela mesma) e, por mais que isso esteja mudando pouco a pouco, desde a conquista do voto feminino no Brasil, os resquícios dessa cultura que apaga a vontade da mulher em benefício do homem ainda são muito fortes.
Em consequência disso, tem-se um número enorme de casos de violência contra a mulher no país, sendo a doméstica a mais recorrente. O Brasil é um país no qual 3 em 5 mulheres já sofreram algum tipo de violência dentro de relacionamentos (Instituto Avon/2014) e onde 56% dos homens já declararam ter cometido algum tipo de violência contra mulheres, dentre empurrões, xingamentos, socos, tapas, etc.. (Data Popular/Instituto Avon – 2013).
Por conta destes dados assustadores foi criado o Dia Nacional Contra a Violência à Mulher, celebrado no dia 10 de outubro.
A origem da data e sua importância
Foi escolhido o dia 10 de outubro para celebrar esta data porque foi em 10 de outubro de 1980 que um movimento de mulheres se reuniu nas escadarias do Teatro Municipal, em São Paulo, para iniciar um protesto contra o aumento de crimes de gênero no Brasil (hoje conhecidos como feminicídio, quando uma mulher é morta apenas por ser mulher).
O Dia Nacional Contra a Violência à Mulher é importante para que se deixe em pauta sempre como a mulher ainda é alvo constante de violência (seja de ordem sexual, verbal ou física) de forma incessante no Brasil. Este dia serve para que se possa conscientizar a população acerca destes números assustadores de agressões, bem como para buscar novas políticas que ajudem a acabar com a violência contra a mulher.
Lei Maria da Penha
Sancionada em 2006, a Lei Maria da Penha pode ser considerada uma das leis mais importantes no país. Ela é um dos principais mecanismos coibidores de violência doméstica e familiar sofrida por mulheres (em 2013, dos mais de 4.000 feminicídios registrados, metade foi cometido por familiares e 30% por parceiros ou ex-parceiros destas mulheres).
Contraditoriamente, ainda que mais de 98% da população diga que conhece essa lei e que 70% acredite que a mulher sofra mais violência dentro de casa e em espaços públicos (Instituto Patrícia Galvão/Data Popular – 2013), os números de mulheres violentadas de alguma forma não parecem cair (48% das mulheres diz que a violência que sofreu foi dentro de casa).
A segurança na rua e na própria residência
O dia 10 de outubro se torna cada vez mais importante no combate à violência contra a mulher porque muitas mulheres podem, através dele, descobrirem-se vítimas e fazerem a denúncia.
No Brasil, elas podem ser feitas através do 180, número que também fornece informações acerca de procedimentos e como se comportar em situações de violência.
Por mais que a violência contra a mulher na rua seja constante (com as “cantadas”, perseguições, estupros e investidas indesejadas, por exemplo) é a violência doméstica a mais preocupante.
Mas por que isso acontece?
Como foi dito no começo, os resquícios de uma sociedade na qual a mulher era apenas uma serviçal do homem e que bater nela era normal ainda são fortes no Brasil.
Muitos homens, sejam eles pais, irmãos, tios e parceiros, ainda acreditam que têm o direito sobre o corpo e a mente femininos, o que não é verdade. Quando eles veem que não é mais assim que funciona, tornam-se violentos para retomar seu “lugar de direito” como o dono da mulher.
É preciso lutar com medidas como a Lei Maria da Penha e campanhas de conscientização durante e fora do período do dia 10 de outubro para que mais mulheres se reconheçam se estiverem dentro de um relacionamento abusivo e se sintam seguras para realizar uma denúncia.
Colocar “A persistência da Violência contra a Mulher” num tema de redação como o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) fez no ano passado mostra que mais e mais medidas estão sendo tomadas para se enxergue a vulnerabilidade que significa ser mulher no Brasil (e também no mundo) e se consiga combater a violência contra a mulher.
Você não está sozinha!
DENUNCIE CASOS DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E NOS DEMAIS ESPAÇOS SOCIAIS LIGANDO PARA O 180.
Denuncie casos de violência, discriminação e assédio (moral ou sexual) no local de trabalho ligando para o Sindicato (14) 3232-6432/3222-5080.
Dia 10 de outubro – todos juntos contra a violência à mulher!!!