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Assassinato de Dom e Bruno está ligado à privatização dos serviços públicos e estatais


Publicada dia 17/06/2022 13:02

A Polícia Federal já chegou aos assassinos do jornalista e do indigenista que atuavam na Amazônia. Mas ainda falta muito para desvendar um crime que envolve a destruição do serviço público, o sucateamento e o aparelhamento da FUNAI com militares, a ausência de fiscalização e combate ao garimpo, ao tráfico, ao comércio de madeira, ao desmatamento e à invasão de territórios indígenas na Amazônia!

Como foi possível Bruno e Dom serem assassinados? Um indigenista que atuava para proteger indígenas isolados e seus territórios do garimpo e da extração de madeira ilegais, e um jornalista que denunciava as violações dos direitos dos povos originários e a destruição da floresta ao mundo, deveriam ter tido toda a proteção e garantia do estado para atuarem.

Mas o atual governo desestruturou os órgãos reguladores, de fiscalização, assistência e proteção da Amazônia, deixando ribeirinhos, quilombolas e indígenas à própria sorte. O nível de sucateamento é enorme.

Ausência do Estado

A Amazônia é uma região em que os povos da floresta, além de abandonados, são atacados todos os dias. A fiscalização, a vigilância e o combate ao crime ambiental e comum precisam crescer.
O que se viu nos anos recentes, no entanto, foi a demissão de funcionários da FUNAI e o aparelhamento do órgão com militares partidários do governo de extrema-direita, aos quais foi entregue o comando.
A desestruturação da fiscalização e proteção da floresta, da terra, das reservas e dos direitos dos indígenas, os povos originários, caminhou a passos largos com esse comando e sob a orientação governamental.

Sucateamento e a não contratação por concurso público

Assim como os Correios, a FUNAI está sucateada. Tem o mesmo tanto de servidor que de cargos vagos. Concursos não ocorrem há anos. O melhor do quadro técnico ou saiu, como Bruno, ou está impedido de atuar. É uma faceta da destruição dos serviços públicos e estatais no país.

Com isso, o caminho fica aberto para o garimpo e para a extração de madeira ilegais. Para a poluição dos rios com mercúrio, para a invasão das terras indígenas, inclusive com casos que vieram a público de escravização e estupro.

Fica aberto também ao tráfico internacional de drogas, que usa a Amazônia e seus rios como rota de entrada e saída de drogas e dinheiro.

Bruno era um servidor aguerrido e correto.

Foi exonerado com intervenção do próprio presidente depois de ações firmes contra o garimpo, inclusive incendiando barcos apreendidos, o que é um procedimento padrão da FUNAI para que os garimpeiros não os recuperem.

Após a exoneração passou então a atuar com ONGs. DOM e Bruno foram assassinados como foram Chico Mendes, Dorothy Stang e tantos outros defensores dos povos da floresta e da Amazônia.

A violência e a impunidade pioraram. Isso não pode continuar assim. É preciso que a população tome ciência dessa realidade e aja, exigindo que o governo cumpra sua função de proteção e defesa na região.

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