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Governo admite que quer vender o Correio a preço de banana


Publicada dia 31/08/2021 16:30

A falta de vergonha e face criminosa e miliciana do governo foram escancaradas com a revelação pública da intenção de doar os Correios por um valor que chama de “simbólico”, ou um valorzinho, como disse em entrevista a secretária de Paulo Guedes para as privatizações!

Doa-se bilhões em imóveis

A secretária, em nome de Guedes e Bolsonaro, assumiu na cara dura que o governo não quer “fazer caixa”. Não quer arrecadar dinheiro. Com isso entregou que toda a conversa de colocar recursos da privatização em programas sociais é pura enganação. Afinal, não vai ter dinheiro.
Ela disse que o preço dos Correios será muito menor do que o valor dos ativos da empresa. É escandaloso. Os imóveis dos Correios estão avaliados em R$ 3,85 bilhões. Mas esse valor é irreal.

Reportagem do The Intercept mostra que o governo e a direção militar da empresa não sabem ou escondem o valor de 2.500 imóveis próprios que querem entregar para as empresas privadas junto com todos os ativos dos Correios. Muitos estão localizados em áreas muito valorizadas, e há prédios históricos e tombados com valor inestimável.
Veja mais sobre isso AQUI.

À parte a confissão da doação, a secretária repetiu diversas MENTIRAS do governo: Disse que o valor será de banana porque o comprador levará em conta os custos que terá de assumir. Mas que custos são esses? Eles existem mesmo?

Mentira 1 – Investimento

Ela disse que tem que vender barato senão o comprador não terá dinheiro para investir na modernização e na ampliação da empresa.

Verdade: Se o governo vai dar dinheiro para o empresário investir, por que ele não investe na estatal? A secretária confessou que a história de investimento necessário é uma desculpa mentirosa para entregar o setor postal às empresas privadas. O Correio dá lucro e tem capacidade de investir com recursos próprios.

Mentira 2 – Universalização

A secretária disse que tem que vender barato para o empresário assumir a obrigação de manter o serviço postal em todo o Brasil, que é deficitário na maior parte dos municípios.

Verdade: Essa obrigação está na constituição, e é do governo. Colocaram um item no PL 591 passando-o à empresa que comprar a ECT. Mas é pra inglês ver. Letra morta que não será cumprida. Se quiser manter o serviço em todo o país, o governo terá de pagar! Ou seja, em vez de receber dividendos da ECT, passará a bancar as áreas deficitárias, enquanto os empresários ficam com os lucros dos grandes centros.

Mentira 3 – Monopólio privado

Bonzinhos com os empresários, a secretária e seu governo defendem que o monopólio postal seja mantido para o setor privado, senão eles não têm como manter os serviços.

Verdade: Para a estatal, os governistas defendem o fim do monopólio. Dizem que é injusto e elimina a concorrência. Eduardo Bolsonaro fez até um projeto de lei para acabar com ele. Mas para a empresa privada dizem que é necessário e deve ser mantido, senão, coitadinha, não vai ter como manter o atendimento universal. É muita hipocrisia.

Mentira 4 – Impostos

A empresa privatizada passará a pagar impostos que hoje a estatal não paga, disse a secretária. E isso também justifica o valorzinho. O governo ganha com a venda porque o dinheiro viria desses impostos.

Verdade: Os Correios não pagam alguns impostos. Mas entregam 75% dos lucros para o governo federal. Os lucros privados vão para os bolsos dos empresários e dos acionistas. Só com isso já ficaria elas por elas. Mas não é assim.

Os impostos dos quais a ECT é isenta são: IPTU (municipal), ICMS (estadual), ISS e IRPJ (federais). Portanto, a isenção é dividida entre união, estados e municípios. E os Correios devolvem em dinheiro e serviços sociais essenciais para todos eles. Se privatizar, isso acaba e o prejuízo será enorme! E tem mais. O ISS e o IRPJ são os menores. Ou seja, o governo federal arrecadaria muito menos com esses impostos, que o lucro garantido pela ECT aos cofres da União.

Mentira 5 – Vai quebrar

Se não privatizar, a empresa vai quebrar, insiste a secretária.

Verdade: Se vai quebrar, que empresário seria louco de comprar? Para não quebrar, precisa investir em inovação, tecnologia, ampliação dos serviços, recursos humanos, frota terrestre e aérea. Ela própria assume que o governo vai dar dinheiro para o setor privado fazer isso. Se mantiver a estatal, o investimento vem do lucro. O governo gastaria muito menos. O povo não perderia dinheiro nem o atendimento postal em todas as cidades do país.

Mentira 6 – ECT dá prejuízo

A secretária insiste nessa narrativa falsa, usada pelo governo para justificar a privatização junto à opinião pública.

Verdade: Ano passado o lucro bateu R$ 1,5 bilhões. Esse ano já passou isso, e ainda é agosto. Os Correios sempre foram lucrativos. O balanço dos últimos 20 anos resultou em lucro de R$ 12,4 bilhões corrigidos pela inflação. Desse lucro, 73% (R$ 9 bilhões) foram repassados ao governo federal por distribuição de dividendos. Apenas entre os anos de 2013 e 2016, os números foram diferentes devido a uma manobra contábil da empresa.
O motivo? Foi nesse período que o governo mudou o formato do balanço contábil, descontando dos resultados gastos previstos para o futuro, e sacou R$ 6 bilhões do caixa da empresa. O prejuízo é mais uma das inúmeras mentiras do governo Bolsonaro!

Veja a reportagem publicada no UOL economia com as confissões e mentiras da secretária AQUI.

A verdade que o governo e a mídia escondem

O governo Bolsonaro quer mostrar serviço para o tal mercado. A mídia empresarial trata esse mercado como um deus supremo. Mas ele nada mais é que a base de funcionamento da economia capitalista. Nele, quem manda são os mais poderosos. Os bancos e as grandes empresas nacionais e transnacionais são o tal mercado e seus interesses.

A mídia empresarial e seus analistas vendidos defendem esses interesses. Cobram do governo reformas que tiram ainda mais do povo para por no bolso dos ricos, dos bancos e empresas e seus acionistas, como a trabalhista, a da previdência, a administrativa e a tributária.

Também cobram as privatizações, que são a entrega das empresas estatais e dos setores econômicos em que elas atuam para esses bancos e empresários terem mais frentes de lucros.

Bolsonaro quer mostrar serviços aos manda-chuvas do mercado. Os mesmos que bancaram sua eleição e agora não deixam que ele caia, porque ainda estão lucrando muito.

É como se Bolsonaro dissesse a eles: “eu sou o melhor presidente para vocês. Tiro todos os direitos dos trabalhadores e entrego as estatais para vocês encherem os bolsos. Me apoiem!

Por isso quer vender os Correios a qualquer custo. “É isso que vocês querem, taí, eu dou!” Esse é o recado do governo com essa venda criminosa, que agora ele mesmo reconhece publicamente como doação.

Todos à luta

Entrar na luta tem motivação dupla para o ecetista. A sobrevivência e a consciência social. Lutar junto com o Sindicato e a Federação para barrar a privatização é defender o emprego e a existência de uma estatal que presta serviços essenciais ao país e sua população, que sem ela desaparecerão.

A luta está no Senado. Há condições objetivas de conseguir a derrota do PL 591. Os senadores estão mais resistentes aos projetos destrutivos do governo que os deputados. Já decidiram que o PL passará pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) da Casa. Poderá passar por outras e ter audiências públicas.

A FINDECT e o SINTECT-SP estão atuando firmes em Brasília, dialogando, esclarecendo e pressionando os senadores. Também estão veiculando vídeos na Band TV, no intervalo do programa Brasil Urgente, de José Luis Datena, com mensagens de esclarecimento à população.

Entre nessa luta. Ligar nos gabinete, enviar e-mails, fazer contato pelo WhatsApp dos senadores do CAE e de todos os demais é uma ação coletiva, que precisa da participação de toda a categoria, de seus contatos, amigos, familiares e destinatários.

As páginas da campanha Correios Essencial para o Povo disponibilizam os contatos dos senadores – Veja e participe!

Clique e acompanhe a campanha “Correios essencial para o povo” no Facebook!

Fonte: Findect

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