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Neoliberais privatistas continuam atacando os Correios com falácias


Publicada dia 03/04/2023 09:44

A Folha de São Paulo se tornou a principal representante do empresariado neoliberal, que quer tudo privatizado para tirar lucros gordos, e se colocou como defensora da tramitação do PL bolsonarista 591/21, embora se contradiga nos argumentos e, confusa, defenda a importância do Correio para o país. Fica o alerta: a mobilização contra a privatização tem que ser mantida e fortalecida!

“A oportunidade está no segmento de encomendas, que avança com o comércio eletrônico e exige investimentos em tecnologia e logística. Sem amarras e ineficiências, os Correios poderão ampliar seu papel. A empresa tem quase 100 mil funcionários e capilaridade única no país. Para que possa competir, precisa de boa gestão, flexibilidade e acesso a capital.”

Essa frase poderia ser de algum Sindicato. A Diretoria e a categoria defendem isso há muito tempo. Ou seja, o fim das ações ligadas à política de privatização como sucateamento, falta de investimento em mão de obra, tecnologia e inovação, diminuição do atendimento e entrega do mercado aos concorrentes, além do projeto de venda em si.

A Folha, no entanto, colocou a frase no final do texto. Antes ela defendeu a privatização e, inclusive, a retomada da tramitação do PL 591/21, do ex-governo, que ficou parado no Senado graças à mobilização da categoria.

Na defesa, fica evidente a falta de argumentos dos privatistas. E o oportunismo. A Folha só fez o texto porque a direção da empresa anunciou o prejuízo de R$ 800 milhões em 2021, que não foi prejuízo de verdade, pois resultou de má gestão do governo anterior.

As críticas aos concorrentes dos Correios são imperceptíveis, quase zero, entretanto omitem que todas as empresas privadas do seguimento operam no vermelho e precarizam as condições de trabalho e salários. Os Correios ainda com todos os ataques que foram feitos aos trabalhadores e à estatal nos últimos anos, é a única empresa que cumpre a legislação, traz dividendos à União e trata seus funcionários com um mínimo de dignidade.

Mas o jornal aproveitou isso para trazer velhos e batidos argumentos em favor da privatização. Não faz nenhuma análise econômica ou política. Não olha para a história de uma empresa que sempre deu lucro e é essencial para a população, e por isso deve permanecer estatal. E no final entrega sua falta de argumentos com a frase acima que, na prática, é contrária à privatização.

O Presidente dos Correios, Fabiano Silva, diferente do que fazia o anterior, prontamente respondeu ao artigo da Folha e alertou que “em Portugal, a privatização em 2013 gerou reclamações sobre perda de qualidade e aumento de preços. Na Argentina, terminou com a falência da empresa, a reestatização e um rombo para o Estado — uma conta a mais para os contribuintes”. E ainda trouxe o exemplo da maior economia capitalista do mundo afirmando que “Nem mesmo os Estados Unidos, exemplo de sucesso do livre mercado, privatizam o serviço, ainda que tenham registrado prejuízos acumulados de quase US$ 90 bilhões de 2006 a 2020”.

Apesar das inconsistências em 2022, os Correios possuem caixa para enfrentar os desafios, consolidado por 16 anos de lucro entre 2001 e 2020, com resultado líquido positivo de R$ 12,4 bilhões e repasse de R$ 9 bilhões para a União. Na prática, isso significa que o contribuinte não é onerado para manter a estatal, afirmou Fabiano em resposta à Folha ontem (2/4).

Confusão e burrice à parte, foi um sinal de alerta aos Sindicatos e toda a categoria. É preciso permanecer atentos e mobilizados. Mesmo tendo eleito um governo que assinou um compromisso contra a privatização, os inimigos do povo e do patrimônio público estão à espreita. Se houver vacilo, eles atacam!

Fortalecer os Correios e retomar os direitos é a missão da FINDECT e Sindicatos filiados!

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