Eletrobrás privatizada dá controle da energia a estrangeiros e leva a aumento de tarifas
Publicada dia 17/06/2022 11:42
Especialistas afirmam que as tarifas seguirão cotações internacionais como o petróleo e, por isso, ficam mais suscetíveis a aumentos abusivos e em série, como ocorre com os combustíveis fósseis.
Numa manobra enganosa, querem usar o dinheiro da privatização da estatal para pagar o subsídio de forma eleitoreira por apenas 6 meses, após esse período, o população amargará com os impactos de mais uma criminosa privatização no Brasil.
A Desnacionalização e a entrega do patrimônio nacional que ronda os Correios atingiu em cheio a Eletrobrás, sem que houvesse reação à altura de partidos, políticos e da população.
Uma pena e um enorme perigo. A Eletrobrás está diretamente relacionada à segurança nacional, à qualidade de vida e à satisfação das necessidades do povo.
Exemplos: 1) se houver uma guerra, a energia é item essencial e o corte pode significar derrota imediata. 2) numa crise como a que passa o país, diminuir preços para o povo é uma forma de combater os problemas gerados pela inflação e pelo desemprego, e com a empresa controlada pelo mercado, com ações nas mãos de investidores estrangeiros, isso jamais ocorrerá.
Hoje, ninguém mais vive sem energia!
Tudo depende dela. A luz que acende, a geladeira, o computador e a internet em que todos de alguma forma trabalham, estudam, fazem compras e passam parte das suas vidas.
Vender a Eletrobrás é um crime similar ao que seria a venda dos Correios. E não resultará em conta de luz mais barata, como insinuou o governo para conseguir a aprovação e aplacar a resistência da população.
Vários especialistas no assunto afirmam isso, como os que deram entrevista ao caderno de economia do Portal UOL.
Célio Bermann, professor associado do IEE-USP (Instituto de Energia e Ambiente da Universidade de São Paulo), diz que a conta de luz não ficará menor.
“O argumento mais fácil para poder, digamos, atingir os incautos é justamente dizer que vai baixar a tarifa de energia elétrica. É uma retórica que aparece sempre. Mas, desculpe-me quem acredita na fantasia de que as tarifas serão reduzidas. Isso é desprovido de qualquer base. As tarifas vão ficar mais caras, e o serviço prestado vai ser mais precário”, disse ele ao UOL.
“Isso não tem qualquer lógica. O que levaria à redução das contas? A Eletrobras nem define as tarifas de energia. Quem cobra a energia elétrica da população são as empresas de distribuição locais, e a maioria já são privadas”, acrescenta o professor Ewaldo Mehl, do Departamento de Engenharia Elétrica da UFPR (Universidade Federal do Paraná).
Para o professor Edmar Almeida, do Instituto de Energia da PUC (Pontifícia Universidade Católica) Rio, “a privatização não tem como objetivo principal a redução de tarifas. … O preço vai depender do mercado.”, afirma.
Tanto Celio Bermann, do IEE-USP, quanto Edmar Almeida, da PUC-Rio, defendem a revisão dos encargos e impostos que incidem sobre a tarifa de energia como uma medida mais eficaz para reduzir as contas de luz. Hoje, segundo a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), só o peso dos subsídios responde por mais de 16% do valor pago pelos consumidores.
“A tarifa elétrica no Brasil é utilizada como uma fonte de arrecadação tributária e de subsídios. Onde o governo pode atuar é justamente aliviando o peso que as tarifas carregam na questão dos impostos, principalmente ICMS, e também dos subsídios. Nós temos 16 encargos na tarifa de energia elétrica do Brasil”, diz Bermann. “Uma revisão desses impostos pode, efetivamente e no curto prazo, atingir o objetivo de redução das tarifas”.
O professor da USP cita como exemplo a CDE (Conta de Desenvolvimento Energético), um dos principais encargos embutidos na tarifa, que serve para custear energia para a população de baixa renda e subsídios a setores econômicos estratégicos.
https://economia.uol.com.br/noticias/redacao/2022/06/14/impacto-da-privatizacao-da-eletrobras-nas-contas-de-luz.htm